Ineep: Resultado positivo da Petrobras virá impulsionado por receitas não-recorrentes

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

Em matéria de Rodrigo Polito e André Ramalho, o jornal Valor Econômico repercute a avaliação do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo (Ineep) sobre o balanço da Petrobras que deve ser lançado nesta quarta, com elevação nos lucros.

 

Segundo o Ineep, o resultado esperado da Petrobras em 2019 é, em boa medida, influenciado por receitas não recorrentes de venda de ativos que totalizam R$ 44,5 bilhões. “Entre os ativos vendidos, destacaram-se a TAG, a BR Distribuidora e campos maduros na Bacia de Campos”. A visão do Instituto oferece um contraponto a instituições financeiras e ao próprio jornal, que destaca no título da matéria que “Produção deve elevar lucro da Petrobras”. Apesar do aumento na produção nos campos do Pré-Sal, fruto de investimentos feitos em períodos anteriores e que hoje estão bastante enfraquecidos. Conforme análise do Ineep serão primordialmente a venda de ativos e a exportação de óleo cru do pré-sal os responsáveis por elevar lucro da Petrobras em mais de 40% no ano de 2019.

 

Outro ponto não abordado na matéria do Valor e destacado no relatório do Ineep é que os resultados positivos da produção de petróleo e gás são o resultado de decisões de investimento iniciados em períodos anteriores que requerem um elevado montante de recursos que, após a produção, irá gerar retornos e geração de caixa por longos períodos.

 

Com o avanço da produção de petróleo e a estagnação no nível de utilização das refinarias, as estimativas do Ineep mostram que a Petrobras tem aumentado de forma expressiva suas receitas oriundas da exportação de petróleo cru. Entre 2018 e 2019, as exportações cresceram cerca de 25,2% (de 428 para 536 mil barris/dia), sendo que a receita com a exportação de petróleo já representa mais de 15% da receita total da Petrobras.

 

Risco

Os resultados operacionais e financeiros do balanço anual 2019 da Petrobras devem evidenciar a estratégia de desinvestimentos, que gera caixa no curto prazo, mas pode afetar as condições produtivas da empresa no médio e longo prazo. Todavia, cabe ressaltar que, para além da venda de ativos, os resultados positivos estão ancorados na descoberta do pré-sal e nos investimentos passados que visaram acelerar o desenvolvimento da produção dessa fronteira.

 

Por isso, não há dúvidas de que as perspectivas na produção de petróleo devem garantir um futuro promissor à empresa, principalmente por conta do pré-sal, desde que permaneçam os investimentos na exploração e produção (E&P). Todavia, a concentração das atividades da estatal somente neste segmento traz riscos de longo prazo, principalmente numa eventual turbulência no mercado internacional que reduza bruscamente o preço do barril do petróleo. A atual desverticalização da empresa – que tende a se aprofundar em 2020 – pode comprometer a capacidade futura de geração de receitas tendo em vista a eliminação de várias atividades que poderiam “atenuar” eventuais dificuldades no setor de E&P.

 


Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/02/19/producao-deve-elevar-lucro-da-petrobras.ghtml

 

Comunicação Ineep

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