Revista Veja: Ineep aponta novas pistas sobre óleo nas praias do Nordeste

Imagem na cor azul escuro, com o logotipo do Ineep ao centro.

A suspeita infundada levantada por membros do governo de que o derramamento de óleo na costa brasileira teria partido de embarcações do Greenpeace não passa de uma mentira. Pesquisadores do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP) apontam novos argumentos para a identificação do óleo vazado na costa brasileira e a dificuldade de saber se ainda há mais produto manchando o mar.

 

Uma da suspeitas é que o vazamento tenha partido de navios-tanque, que trafegam em alto mar sem rastreamento.

 

É cada vez mais recorrente a prática de se desligar os transmissores para que os navios não possam ser rastreados por satélite com o intuito de burlar as barreiras e tarifas. É o chamado off transponder, que configura uma verdadeira frota crescente de “petroleiros piratas”.

 

Os indícios aumentam a probabilidade de que o problema esteja relacionado não à produção, mas sim à circulação de petróleo. Por esta razão, a Marinha acredita que o vazamento pode estar ligado a um outro acidente, já que nas costas de Sergipe e Alagoas foram encontrados recentemente tambores, bombas, frascos e alguns barris com a inscrição “Argina S3 30”, que identifica um óleo lubrificante da Shell. Mas o óleo da Shell pode ter sido vazado por outras empresas que compraram os barris. Se o vazamento tiver acontecido durante uma transferência clandestina de óleo entre navios não é possível saber se a quantidade encontrada é a total ou se ainda há mais óleo por aparecer.

 

Os pesquisadores lembram que a capacidade de um tanque de navio-petroleiro é de cerca de 3.000 toneladas de óleo. Além disso, em contato com a água, o material pode entrar em processo de emulsificação e aumentar o seu volume em até quatro vezes, chegando a 12 mil toneladas, sem considerar a absorção de areia que pode torná-lo ainda mais pesado.

 

De acordo com os pesquisadores do INEEP, apesar dos primeiros apontamentos indicarem, em uma hipótese preliminar, que o óleo poderia ser de procedência venezuelana, é muito improvável que as machas de óleo tenham descido diretamente da Venezuela em direção ao Brasil. A região é impactada pela Corrente Marítima da Guiana que orienta a maré no sentido contrário ao das manchas.

Link para a matéria original: https://veja.abril.com.br/blog/radar/novas-suspeitas-para-origem-do-oleo-que-banha-praias-do-nordeste/

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